segunda-feira, setembro 11, 2006

Tela Brasilis :: 14/09 :: 18h30 :: O Cangaceiro

Sessão de Setembro :: quinta-feira, 14 de setembro de 2006 :: 18h30
Cinemateca do MAM (Rio de Janeiro)

O Cangaceiro (1953, longa), de Lima Barreto
Santuário (1952, curta), de Lima Barreto

A Companhia Cinematográfica Vera Cruz entrou para o lugar-comum da história do cinema brasileiro como a fracassada tentativa de industrialização do cinema nacional. Não foram poucas as empresas produtoras que foram à falência, e todos os "ciclos de produção" (chanchada, pornochanchada, cinema novo, cinema marginal, etc.) tiveram fim, mas a palavra fracasso, na História do Cinema Brasileiro, parece destinada exclusivamente à Vera Cruz.

Certamente, isso se deve, em grande medida, a uma herança do Cinema Novo, pelo seu posicionamento político por uma renovação do cinema no Brasil. A falência da Vera Cruz foi a confirmação (para alguns) de que o projeto industrialista de cinema estaria fadado ao fracasso. Foi o caso exemplar de que o Cinema Novo precisava: fazia-se necessário não só inventar uma nova forma de expressão, como uma nova forma de produção, estando uma e outra intrinsecamente ligadas.

A maior parte dos filmes do movimento, no entanto, também representou prejuízo financeiro para seus produtores, o que não significou que esses filmes fossem lembrados como fracassos. A Vera Cruz produziu dezoito longas-metragens, uma produção bastante diversificada em gêneros (seguindo certa tabulação hollywoodiana): do melodrama à comédia, do épico ao policial noir. Como reduzir uma produção assim tão vasta e diferenciada a noções simplistas? Esteticamente, o que esses filmes nos têm a oferecer? Apenas fracasso?

Na sessão de setembro - antecipada por conta do Festival do Rio - o Cineclube Tela Brasilis traz de São Paulo a cópia de O Cangaceiro (1953), primeiro longa de Lima Barreto, a fim de tentar uma nova aproximação com a Vera Cruz, mais pautada na experiência do filme. Apesar do grande sucesso nacional e internacional (incluindo a premiação como Melhor Filme de Aventuras no Festival de Cannes), Lima Barreto realizou apenas mais um filme de ficção, oito anos depois, devido a dificuldades para captar recursos. Isso talvez demonstre que o sucesso, como o fracasso, significa pouca coisa - são valores a posteriori. Devemos ousar ver os filmes (e os fatos históricos) com olhos livres.

Complementando a sessão, exibiremos o curta-metragem O Santuário (1952), também dirigido por Lima Barreto para a Vera Cruz, sobre os profetas de Aleijadinho, em Congonhas - exemplo do mais clássico documentário brasileiro.


Sessão de Setembro

Quinta-feira - 14/09
18h30 - projeção dos filmes
- bate-papo com convidados

Cinemateca do MAM
Av. Infante D. Henrique, 85, Praia do Flamengo - Rio de Janeiro

Entrada Franca


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